A meta é chegar a 5 milhões de cabeças de gado rastreadas até 2025. Investimento será aplicado em novas soluções que melhoram a gestão da fazenda para o pecuarista
A iRancho, ranchtech brasileira que tem como missão aumentar a rentabilidade e produtividade do pecuarista por meio de soluções digitais, prevê captar R＄ 12 milhões em sua nova rodada de investimentos. Com esse montante, a empresa estima multiplicar seu faturamento por quatro até 2024.
Atualmente, a iRancho possui mais de 2 milhões de animais registrados em sua base e a meta é atingir 5 milhões de cabeças rastreadas até 2025. Segundo Thiago Parente, cofundador e presidente da iRancho, o valor será investido em tecnologia, desenvolvimento, marketing, vendas e despesas gerais. Um dos objetivos é aplicar novas funcionalidades na plataforma iRancho para aumentar a participação entre os usuários. A tecnologia, que prevê nova versão mobile, também irá contar com versões em inglês e espanhol.
“Temos que aproveitar que o pecuarista está cada vez mais conectado e buscando soluções para melhorar a gestão da sua fazenda, sem esforço ou custos adicionais, para trazer transparência para o consumidor final sobre a origem e segurança do alimento”, explica Parente citando como exemplo uma das soluções da iRancho, o SafeBeef.
Lançado recentemente, o SafeBeef é um sistema gratuito de rastreabilidade bovina por consequência — com patente depositada —, que armazena informações via blockchain, tornando-as imutáveis. Assim, é possível que o pecuarista realize a venda dos animais juntamente com suas informações para a indústria. Já para o consumidor, o dispositivo possibilita a garantia de procedência do alimento, além de questões como sustentabilidade da produção, segurança alimentar e acompanhamento da vida do animal, a partir dos registros de manejos.
Em 2021, a iRancho recebeu um aporte de R＄ 1,5 milhão do BR Angels, associação de investimento-anjo composta por executivos C-Level de importantes companhias em diferentes mercados, e outro aporte da associação de investimento-anjo Agroven, formada por empresas e famílias do setor do agronegócio. Juntos, esses dois investimentos contabilizaram R＄ 2,3 milhões.
Módulo de Confinamento
De acordo com o último levantamento do Censo DSM de Confinamento, os pecuaristas brasileiros confinaram 6,5 milhões de cabeças de bovinos em 2021, volume que representa 2% a mais do que o número de bois no cocho em 2020. Para este ano, a previsão é de nova alta, segundo a companhia de nutrição animal.
Acompanhando as necessidades desse público, a iRancho desenvolveu um módulo de confinamento que permite uma gestão mais completa de toda a fazenda, especialmente se o produtor faz recria e engorda ou ciclo completo. Com este módulo é possível configurá-lo por baia ou ração, isto é, definir como será o ganho de peso dos animais, além de fazer a distribuição dos tratos de acordo com a realidade da fazenda e ainda configurar a leitura de cocho conforme as notas que são trabalhadas na propriedade.
“O produtor consegue cadastrar as baias de confinamento da fazenda e alocar os animais nas baias cadastradas, via movimentação dentro do próprio sistema ou via manejo. Nas baias é possível informar o ganho de peso previsto e também o peso previsto de abate”, explica Parente.
A plataforma oferece ao produtor a possibilidade de cadastrar as batidas dos ingredientes utilizados e, automaticamente, o sistema vai dando baixa no estoque. Com o peso individual de cada animal, a partir do percentual de rendimento de carcaça e o valor da arroba, o sistema consegue calcular e definir o valor de compra para a entrada do confinamento, o que contribui com o controle financeiro da propriedade.
Fonte: Vinicius Macedo
