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Tecnologia ajuda a segurar queda na produtividade de cana, mesmo com redução de área

Conab projeta aumento de 1,6% na produtividade média da cultura. Tecnologias que melhoram o planejamento e o controle de custos das operações são essenciais para manter os resultados do setor sucroenergético

A competitividade com grãos como milho e soja provocou uma nova redução de área plantada de cana-de-açúcar nas lavouras brasileiras. Na última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de cultivo para 2022/23 ficou em 8,1 milhões de hectares, uma redução de 2,6% ante a safra passada. Apesar disso, a produtividade começou a mostrar sinais de recuperação, após dois ciclos de adversidades climáticas. Com o aumento de 1,6% na média nacional no rendimento das lavouras do país, a produção deve chegar a 572,9 milhões de toneladas, uma ligeira queda de 1% se comparada com o ciclo anterior.

O uso de tecnologia tem se mostrado essencial para a manutenção desse cenário. A adesão a equipamentos capazes de aumentar a produtividade do setor sucroenergético garante a eficiência das operações na lavoura, mesmo com a redução de área. Segundo Alexandre Alencar, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa presente nos processos de 46% da produção brasileira de cana-de-açúcar, o setor sucroenergético brasileiro ainda tem muito espaço para crescer e a aposta na tecnologia é um dos caminhos.

“Uma das ferramentas essenciais para maximizar a capacidade produtiva é o software para planejamento de colheita”, explica Alexandre. A ferramenta elabora um plano otimizado, definindo o período ideal de corte das áreas segundo critérios e restrições varietais, operacionais e logísticas. Com apoio da tecnologia, é possível fazer a colheita no momento em que a matéria-prima atinge seu ápice de produtividade e qualidade, otimizando o retorno da produção.

“O HxGN AgrOn Planejamento de Colheita permite traçar um plano de colheita de acordo com a necessidade de cada empresa, considerando aspectos como produção estimada por área, curvas de maturação, distribuição geográfica, previsões meteorológicas e até mesmo a demanda da indústria. Ele faz o planejamento conforme as demandas, baseado sempre em dados fiéis à realidade do campo”, aponta Alexandre.

Monitoramento e gestão das informações

Quando se trata de trabalhar com dados, utilizar sensores e softwares de monitoramento é uma aposta certeira. “Por conta disso, outro recurso de impacto no setor sucroenergético é o monitoramento de máquinas, que controla tanto a posição delas em campo como também as atividades realizadas durante o cultivo e a colheita a cada segundo”, explica.  Relatórios detalhados sobre rendimento e comportamento dos equipamentos, como área trabalhada, distância percorrida e velocidade, por exemplo, são gerados para análise de performance.

Contar com tecnologia que permita a exibição e a gestão das informações obtidas em campo ajuda a complementar o monitoramento. Para isso, existem as chamadas salas de controle — estruturas de centrais de comando que recebem dados dos locais de produção em tempo real, possibilitando um gerenciamento remoto e centralizado de todas as operações.

“É possível visualizar mapas e relatórios, rastrear as horas de trabalho e comparar as atividades executadas com as metas de planejamento”, explica Alexandre. Além dessas análises de desempenho, o HxGN AgrOn Sala de Controle permite a emissão de notificações e alertas de irregularidades, incidentes ou problemas de desempenho nas máquinas em tempo real, garantindo uma intervenção mais ágil.

Alocação dinâmica de transbordo e otimização de transporte

Outra solução que ajuda a aumentar a eficiência das operações nas lavouras de cana-de-açúcar é o HxGN AgrOn Alocação Dinâmica de Transbordo, tecnologia responsável pela sincronização entre ritmo de corte das colhedoras e a movimentação dos transbordos, indicando o momento ideal para o deslocamento dos tratores. “A solução prevê quando o transbordo em uso atingirá seu limite e, a partir disso, chama de forma automática um novo trator. Isso impede que a colhedora tenha que interromper o corte da cana, reduzindo o tempo de espera por um novo transbordo para continuar a operação, e aumentando a produtividade de todo o processo”, reforça.

Para a etapa final, inicia-se a sincronização entre as máquinas que operam na lavoura e os caminhões de transporte. Organizar as rotas para que não haja desperdício de tempo, atrasos ou paradas de equipamentos, também fica a cargo da tecnologia.  “Ao final do dia, a ideia é ter conseguido transportar o máximo de cana no menor tempo possível, novamente maximizando a produtividade”, comenta.

Com monitoramento e controle dos caminhões em tempo real, o sistema desenvolvido pela divisão de Agricultura da Hexagon decide o destino e rota de cada nova viagem através de um algoritmo de otimização de despachos. “O caminhão chega na frente de trabalho na hora ideal, garantindo que o fluxo de matéria-prima nas operações de corte, carregamento e transporte não seja interrompido, e se certificando de que o suprimento seja contínuo e tenha o menor prazo de entrega para a indústria”.

Fonte: Ângela Prestes

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