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Executivos do algodão mundial discutem futuro do setor no ICA Trade Event

Representantes de Goiás participaram de mais uma edição do ICA Trade Event, este ano em Las Vegas, nos Estados Unidos, de 8 a 10 de novembro. A comitiva era formada pelos diretores da Agopa, Paulo Shimohira e Haroldo da Cunha, além do secretário estadual de Agricultura, Tiago Freitas de Mendonça.

Ao retornar do evento, o Paulo Shimohira pontuou os principais pontos de interesse dos produtores brasileiros, acompanhe:

– Ex-CEO da Ecom Trading, Antonio Esteve acredita que a retomada do consumo do algodão deve levar algum tempo, devido a problemas como recessão e a guerra na Ucrânia. Com isso, a alta de preço do algodão não deve ocorrer por enquanto. Ao contrário, prevê volatilidade nos preços da pluma.

– Uma modalidade que pode aproveitar o cenário é a dos contratos futuros, ou acumuladores, onde se fixa o valor pelo preço máximo, avalia Paulo Shimohira, em consonância com demais participantes do encontro.

– A maioria das tradings elogiou o marketing do algodão brasileiro, sobretudo após a instalação do escritório brasileiro em Singapura e os eventos de aproximação, como as missões Vendedores e os Cotton Talks. A estratégia brasileira tem menores custos que os grandes concorrentes e consegue um bom retorno.

– Representante da empresa Onnmicotton afirmou que a relação da Austrália e Estados-Unidos com a China vive um período conturbado e isso é interessante para o Brasil

– A empresa Reinhart também esteve no ICA Trade Event e elogiou o trabalho do Brasil. A empresa é uma das mais antigas do ramo no mundo e mantém presença forte no comércio internacional da pluma.

– Representante da Timbro Trading lembrou que a situação das têxteis asiáticas não vai bem, mas deve melhorar em curto prazo. A empresa já comercializa 65 mil toneladas de pluma no Brasil em 2022 e espera-se dobrar o volume de negócios no Brasil nos próximos 2 anos.

– O Vietnã se tornou grande importador, mas vale lembrar que a maioria das fiações de lá são da China, Coreia do Sul e outros países da região.

– Presidente da trading Olam Agri, Azeez Syed é responsável pelo comércio de algodão nas américas, disse que o mercado ainda estará em baixa nos próximos três a seis meses, mas prevê alta para mais de US$ 0,90 a partir do segundo trimestre de 2023.

– Executivos da Cofco International avaliam que os produtores brasileiros têm sido eficientes no cumprimento dos contratos e no marketing comercial. Para eles, o mercado vai ser muito volátil no curto prazo, mas deve melhorar a partir de 2023, cenário aguardado pelos brasileiros. A Cofco tem interesse grande de crescer no Brasil e considera que a melhoria na logística brasileira deve ajudar ainda mais a cumprir os contratos com os asiáticos e aumentar as vendas para a Ásia.

– A CDI Cotton Distributors Inc. tem foco da atuação no Brasil, Argentina e África. CEO da empresa no Brasil, Ariel Coelho afirma que a CDI tem como parceira a empresa financeira Stonex e tem Bangladesh como seu mercado principal. Ariel elogiou o algodão brasileiro e disse que Bangladesh tem feito bom aproveitamento mesmo das fibras curtas produzidas aqui.

– Representante da Louis Dreyfus, uma das principais tradings do planeta, Joe Nicosia considera o mercado atual bastante volátil e de difícil previsão.

– Compradores da Turquia reclamaram da quantidade de fibras curtas e lotes não homogêneos oriundos do Brasil.

– Foco da China é o Brasil, é preciso aproveitar essa janela.

Conforme a análise de Haroldo da Cunha acerca do que foi discutido no evento, o algodão passa por um momento difícil, principalmente devido à expectativa de recessão global e à guerra na Ucrânia, o que tem ocasionado uma fraca demanda pela pluma no mercado. A política de Covid zero na China, com paralisação de várias fábricas, também contribuiu para este cenário. Entretanto, diz, as tradings foram unânimes em afirmar que o algodão brasileiro tem hoje uma aceitação muito boa, em função da sua qualidade. A saída da Austrália do mercado chinês abriu espaço para o Brasil, e o trabalho do Programa SBRHVI e da rastreabilidade tem gerado credibilidade e segurança aos compradores acerca do que o Brasil entrega.

Fonte: Brenno Sarques

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