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Farinha de arroz: uma alternativa alimentar e econômica para o país

Os experimentos realizados na Embrapa Arroz e Feijão abrem sempre portas para outras formas de se aproveitar, aplicar ou utilizar recursos tecnológicos, propondo caminhos novos, especialmente às cadeias dos dois principais objetos de estudo da Unidade, cujo nome já indica. Exemplo disso são a farinha e o farelo de arroz, subprodutos ricos em nutrientes, sais minerais, fibras, e vitaminas ‘E’ e ‘B6’, que foram tema de estudo desenvolvido pelos pesquisadores Priscila Bassinello, Tamillys Luz, e Carlos Magri Ferreira. Encontrados em abundância no país, são alimentos muito baratos, que o pequeno produtor pode obter diretamente em sua propriedade, mas, são normalmente descartados, mesmo sendo boa fonte de nutrientes, de baixo custo, e até opção como suplemento alimentar em trabalhos sociais com populações carentes.

Produzida pela moagem do grão do arroz branco e sem gosto muito acentuado, são muitas as formas de utilização da farinha de arroz na complementação alimentar, podendo ser adicionada ao feijão, massas de tortas, ensopados, molhos e pães. Nesses casos, também, o uso em substituição à farinha de trigo proporciona alternativa a diversos alimentos para portadores da doença celíaca (alérgicos ao glúten, composto de proteínas encontrado em cereais, como trigo, centeio e cevada), que afeta cerca de dois milhões de pessoas no país impedidas de consumir itens que contenham essa substância em sua formulação.

O glúten é responsável pela elasticidade das massas e sua troca pela farinha do arroz na confecção de bolos, doces, pães, biscoitos e macarrão, promove qualidade de vida aos celíacos. Tudo isso já se comprovou em receitas produzidas na Cozinha Experimental da Embrapa, em Santo Antônio de Goiás, e que podem ser encontradas no livro Delícias com Arroz e Feijão.

FAST FOOD X ALIMENTO SAUDÁVEL

Enquanto 7% das pessoas acima de 18 anos substituem ao menos uma das refeições por sanduíches, salgados, pizzas ou outro alimento de alto valor energético, ricos em açúcar, sódio e gorduras (IBGE-2012), 21% dos consumidores brasileiros (Fiesp/Ibope-2013) consideram em suas escolhas valores relacionados a saúde, bem-estar, sustentabilidade e ética, observando nas embalagens informações que expressem trazer algum benefício, como selos de garantia atestando a origem e a proposta de promover qualidade de vida, incluindo a relação da sociedade com o meio ambiente. Isso demonstra o crescente número de pessoas em busca de alimentação equilibrada e saudável, seja por opção de estilo de vida ou restrições de ordem fisiológica ou médica, desmistificando a ideia de que alguns alimentos serão desconsiderados com mudanças de hábitos culturais, como a farinha do arroz, por muito tempo tratada como desprezível e sem valor nutricional ou social. Percebe-se que, muito mais que conceitos de status, os ganhos reais são o que passa a importar.

Entre os cereais mais produzidos e consumidos no mundo, o arroz é o principal alimento para mais da metade da população do planeta, especialmente nos países em desenvolvimento. Com isso, exerce importante papel estratégico, tanto econômico quanto social, apresentando-se como fonte de amido (cerca de 90% da matéria seca do arroz polido), proteínas, vitaminas e minerais, sendo excelente fonte de energia e açúcares livres, com baixo teor de lipídios. A farinha é formada essencialmente de fibra, contendo pequenas quantidades de outros carboidratos.

O uso da farinha de arroz ainda está bem abaixo do potencial, de acordo com estudos realizados em 2017, pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Entre os fatores limitantes, segundo a Embrapa, estão questões mercadológicas relacionadas à colocação do produto no varejo, a concorrência com produtos substitutos e problemas com o manuseio e a estocagem, devidos à fragilidade desse alimento.

Entretanto, pelo resultado obtido, percebe-se vantagem em transformar o arroz quebrado e a quirera em farinha, com importantes propriedades funcionais de interesse da população e com versatilidade de emprego, inclusive na alimentação infantil. Além disso, pode ser uma opção de atividade para empresas de pequeno porte, em razão do processamento simples, da pouca exigência de equipamentos e do consequente baixo investimento.

Fonte:  Assessoria de imprensa – Embrapa

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