Peixes ainda são anestesiados antes para o processo ser tranquilo, seguro e garantir o bem-estar animal; especialista da MSD Saúde Animal traz mais curiosidades
O universo da tilapicultura abrange produções em todas as regiões do Brasil; a espécie já representa 65,3% de produção de peixes em cultivo no país, conforme Anuário da Piscicultura 2022, da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR). Esse dado está diretamente relacionado ao alto consumo de tilápias, que agrada a diversos paladares e integra cardápios leves e saudáveis. No prato, seu sabor chama a atenção, mas a maioria das pessoas não sabe tudo que envolve sua produção até chegar à mesa. Você sabia, por exemplo, que as tilápias são vacinadas com agulha e uma a uma?
Tanto de forma manual quanto automatizada, a espécie recebe um cuidado especial em seu cultivo, com um rigoroso controle sanitário. “A vacinação é intraperitoneal, dentro do abdômen do animal, pois a solução precisa estar em contato com os órgãos, diferentemente da aplicação em humanos. Ocorre apenas uma vez ao longo da vida da tilápia”, explica André Blanch, agrônomo e coordenador nacional de vendas de Aquicultura da MSD Saúde Animal.
Mas não é simplesmente vacinar a espécie, há um cuidado para que elas não sintam dor, angústia e não fiquem se debatendo. Antes da aplicação, é utilizado óleo essencial de cravo na água para que fiquem anestesiadas. Essas medidas visam o bem-estar animal na tilapicultura, com o objetivo de preservar a saúde dos peixes e, consequentemente, aumentar o nível produtivo. Afinal, o animal estressado pode apresentar alterações de cor e diminuição de apetite, o que leva à redução do crescimento e ao surgimento de doenças.
O principal controle sanitário na tilapicultura é a vacinação, gerando imunidade contra doenças de alto impacto, como a estreptococose, muito comum no verão. Outro benefício é a redução do uso de antibióticos, o que gera um peixe mais saudável, sustentável e melhora a qualidade do produto final. “Importante destacar que bactérias e vírus que acometem as tilápias, acometem as pessoas em raros casos. Como cozinhamos, a sanidade é controlada. No entanto, garantir a sanidade dos peixes tem impacto direto em questões econômicas, sustentáveis e de bem-estar animal”, reforça André.
O ciclo de vida da espécie é de seis meses, e o produtor que não tem o plantel vacinado, tem mais perdas e menos lucratividade. Tem mais curiosidade: sabia que tilápia sente frio? Por isso, em épocas mais frias, os animais ficam mais estressados e os manejos precisam ser mais delicados. Outro ponto ligado a isso é que a produção de tilápias tem que ser feita em águas mais quentes e estáveis de temperatura, afinal, entre os itens que promovem o bem-estar animal dos peixes está o conforto térmico. Também integram a lista os itens nutrição, qualidade da água e manejos adequados.
Tecnologia aplicada na Piscicultura
O constante desenvolvimento da cadeia industrial da tilapicultura é impulsionado por soluções e tecnologias cada vez mais atualizadas e inovadoras. A MSD Saúde Animal, por exemplo, líder nesse segmento, apresentou ao mercado no ano passado lançamentos que reforçam a segurança, a praticidade, o bem-estar animal e a sanidade do setor.
A empresa trouxe ao Brasil a AQUAVAC® Irido V, vacina para prevenção e controle de Iridovírus, que representa um grande desafio sanitário para o setor e favorece o desenvolvimento de outros patógenos na espécie. Também lançou a AQUAVAC®STREP 4, primeira vacina tetravalente comercial para controle das Estreptococoses no Brasil e no mundo.
Completando as novidades está o Omnicide® Aqua, o primeiro desinfetante com informações específicas de dosagens e protocolos para programas de biosseguridade em aquicultura. Além disso, lançou a AutoFish™- DC 5000, primeira máquina de vacinação automática de tilápias com tecnologia 100% brasileira, possibilitando maiores ganhos de escala e padronização no processo de vacinação injetável de peixes, aumentando a capacidade produtiva da espécie.
Fonte: Thaís Campos (Ketchum)