*Felipe Santiago
A agricultura familiar possui uma rica história que remonta há muitos séculos. Ao longo do tempo, essa forma de agricultura tem sido uma importante fonte de subsistência e sustento para inúmeras famílias em todo o mundo.
No entanto, esses produtores menores já tiveram que enfrentar desafios significativos quando se tratava de acessar o mercado financeiro. Por muito tempo, os agricultores familiares lutaram para obter serviços financeiros adequados e acessíveis, devido a diversos fatores, como a falta de garantias e a distância dos centros urbanos.
Felizmente, nas últimas décadas, tem havido uma crescente conscientização sobre a importância da inclusão financeira para a agricultura familiar. Governos, organizações não governamentais e instituições financeiras têm trabalhado para superar esses desafios e fornecer acesso a serviços mais justos e adaptados às necessidades dos agricultores familiares.
Entre os principais responsáveis por esse avanço está a conexão entre as cooperativas de crédito, a tecnologia e o trabalhador rural, que tem se tornado um dos pilares fundamentais para impulsionar a agricultura no cenário atual. Base da economia de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, a agricultura familiar é responsável pela renda de mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo, segundo o último Censo Agropecuário. Historicamente, as cooperativas desenvolvem um trabalho de inclusão, oferecendo a esses produtores acesso a soluções financeiras adaptadas às necessidades específicas das comunidades rurais, que os ajudam a custear as atividades no campo.
Uma das principais vantagens das cooperativas de crédito é a proximidade: ao estabelecerem agências ou pontos de atendimento nessas áreas, elas eliminam a necessidade de longos deslocamentos. Além disso, elas oferecem produtos financeiros personalizados, como empréstimos para investimentos agrícolas e seguros específicos para atividades rurais. Nos últimos anos, essas instituições têm percebido com mais clareza a relevância do investimento em tecnologia para oferecer aos produtores mais facilidade no acesso ao crédito.
Mais do que o atendimento personalizado e com mais proximidade, as cooperativas também perceberam a importância de atender o público de forma remota. Com investimento em aplicativos de ponta e em sistemas de gerenciamento bancário de uso fácil e simplificado, essas instituições conseguem ampliar seu alcance e oferecer serviços mais eficientes. A parceria com empresas de tecnologia tem sido um caminho para que as cooperativas sejam capazes de entregar esse tipo de comodidade aos trabalhadores rurais. Aproveitando a expertise tecnológica das fintechs, elas conseguem melhorar sua oferta de serviços, sem perder a essência do cooperativismo.
Uma das principais contribuições das fintechs para o aumento da inclusão financeira nas áreas rurais é o desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais que permitem que os trabalhadores acessem serviços a qualquer hora e em qualquer lugar, por meio do celular, tablet ou computador. Essas soluções proporcionam conveniência e agilidade, permitindo a realização de transações, pagamentos e transferências de forma simples e segura.
Esse trabalho em conjunto, entre fintechs e cooperativas, se tornou uma peça-chave para promover não só a inclusão financeira, mas também para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores rurais em zonas remotas. Juntas, elas são capazes de desenvolver soluções inovadoras e adaptadas às necessidades específicas das comunidades rurais, permitindo o acesso a serviços financeiros de forma conveniente, ágil e acessível. Esse movimento, que deve ganhar cada vez mais força nos próximos anos, impulsiona o desenvolvimento econômico dessas comunidades, estimula o comércio e contribui para a redução das desigualdades sociais.
*Felipe Santiago, CEO da CashWay
Fonte: Ângela Prestes