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Tailândia deve contribuir para o aperto físico o açúcar, indica hEDGEpoint Global Markets

Parece que, finalmente, a estrutura do spread está começando a refletir o que temos discutido em relatórios anteriores. O bom ritmo de moagem no Centro-Sul do Brasil está oferecendo algum conforto aos fluxos comerciais e, não surpreendentemente, o prêmio FOB começou a se corrigir, atingindo valores de desconto no início deste mês. Em função do alívio no mercado físico encontrado recentemente e da aproximação do vencimento de julho, em um momento em que aguardamos novos desenvolvimentos climáticos, o contrato de outubro segue amparado pela perspectiva de deterioração da safra do Hemisfério Norte. Essa visão também oferece suporte ao contrato de março de 2024, criando uma estrutura de carrego durante a janela de entressafra do Centro-Sul.

Esperamos que os resultados do Brasil continuem positivos durante o mês, embora a região tenha enfrentado perda de dias úteis devido às chuvas. Combinado com essa tendência de baixa no curto prazo, a alfândega da China divulgou os dados de maio, mostrando resultados extremamente baixos. O país asiático importou apenas 40kt do adoçante no mês, o menor nível em mais de uma década, levando as importações totais em 22/23 (excluindo xarope e contrabando) a uma redução de 18%. No entanto, embora o curto prazo seja atualmente guiado por uma tendência baixista, o longo prazo permanece altista até que o clima nos diga o contrário.

Muito se tem discutido sobre a Índia e sua principal janela de desenvolvimento da cana, entre junho e agosto, mas já faz um tempo desde a última vez que discutimos outro dos três principais países produtores de açúcar: a Tailândia. Enquanto a previsão de precipitação mostra alguma recuperação para a Índia, a Tailândia enfrenta um clima adverso desde março. Mais secas do que o normal, as condições não foram as melhores para a cana até agora e, à medida que nos aproximamos da principal janela de desenvolvimento do país, os modelos de precipitação de longo prazo estão nos alertando para uma possível manutenção do cenário adverso.

Espera-se que os próximos 14 dias sejam mais secos do que o normal em junho e, embora possamos ver a precipitação mais próxima da média no mês de julho; agosto e setembro ainda estão contribuindo para a expectativa de quebra de safra. Portanto, embora ainda seja cedo para fixar um número, revisamos nossa previsão de moagem de 86Mt para 75Mt, reduzindo em quase 1Mt a disponibilidade total de açúcar para 8,6Mt. Note que os 86Mt já contabilizavam redução de área.

Combinando isso com outros ajustes feitos em nosso balanço de oferta e demanda global, seguimos firmes na expectativa de déficit para 23/24 (out-set), impulsionado pela deterioração do Hemisfério Norte. Claro, há muito o que desenrolar: as chuvas podem surpreender para cima ou para baixo e governos podem interferir diretamente disponibilidade de açúcar ao mercado internacional – entre outros riscos. O importante é ressaltar que a estrutura do spread passou a refletir escassez na entressafra brasileira.

Fonte: Bruno Cirillo

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