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Para CEO do Grupo BBF, Brasil tem “pré-sal verde” para geração de energia e biocombustíveis

Milton Steagall explicou que uso da biomassa da palma de óleo tem mesmo potencial de geração de energia que o “pré-sal” do país

A transição energética e as novas fontes de energia limpas e renováveis foram tema do primeiro painel desta sexta-feira (30), do 22º Fórum Empresarial LIDE, realizado no Rio de Janeiro. Durante o evento, o CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), Milton Steagall, defendeu que o Brasil tem um “pré-sal verde”, com a possibilidade de produção de biocombustíveis a partir da biomassa gerada pela palma de óleo, cultivada na região amazônica.

Steagall explicou que cada hectare plantado com palma de óleo, também conhecida como dendê, possui 143 árvores. Cada folha dessas árvores tem 6 kg e pode ser usada para a produção de biomassa para geração de biocombustível, utilizado na geração de energia elétrica limpa e renovável em áreas isoladas na região amazônica. A partir de 2026 serão produzidos biocombustíveis de segunda geração, o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e o Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO).

Atualmente, 31 milhões de hectares podem ser cultivados no Brasil com óleo de palma, segundo uma das legislações mais rígidas do mundo. O Grupo BBF cultiva a planta em 75 mil hectares, nos estados do Pará e Roraima.

“O Brasil construiu um arcabouço jurídico muito robusto para desenvolver a cultura da palma, que resultou no Zoneamento Agroambiental da Palma em 2010. Essa legislação permite que a palma de óleo seja cultivada apenas em áreas degradadas da Amazônia até dezembro de 2007, o que significam 31 milhões de hectares. Se essa área fosse realmente cultivada com palma de óleo teríamos um segundo “pré-sal” no Brasil”, afirmou.

Para Steagall, essa seria uma das melhores soluções para geração de energia para áreas isoladas da região Amazônica, que hoje, possui 212 localidades fora do sistema nacional de energia e que são atendidas por usinas termelétricas movidas, principalmente, por combustíveis fósseis.

“A floresta amazônica possui árvores de 60m de altura e é uma região que fica nublada grande parte do ano”, afirmou, explicando que é preciso pensar nessas características para um plano de transição energética para a região.

O Grupo BBF possui hoje 38 usinas termelétricas, com capacidade total de geração de 238 MW. Atualmente, 25 usinas estão em operação com capacidade de gerar 86,8 MW, atendendo 140 mil pessoas. Com isso, o Grupo BBF retira mais de 106,4 milhões de litros de diesel fóssil da Amazônia por ano e reduz a emissão de cerca de 250 mil toneladas de carbono equivalente na atmosfera.

Caso do Brasil é singular

Participante do painel, o professor da PUC do Rio de Janeiro, David Zylbersztajn, lembrou a importância do tema da transição energética, principalmente, por conta da emergência climática global. David Zylbersztajn, destacou, porém, que o Brasil possui uma realidade diferente de outros países do globo, já que apenas 25% das emissões de CO2 do país são oriundas do setor industrial e elétrico. No mundo, 75% das emissões são desses setores.

O país também possui um caso único no globo, que são os biocombustíveis, segundo o professor, que foi diretor geral da Agência Nacional do Petróleo entre 1998 e 2001.

O painel “A retomada na infraestrutura e as alternativas energéticas”, contou ainda com a participação de Júlio Lopes, deputado federal; Welberth Rezende, prefeito de Macaé (RJ); Flavio Rodrigues, vice-presidente da Shell; e Nicola Cotugno, presidente da Enel Brasil. O debate foi moderado por Carlos José Marques, jornalista e presidente do LIDE Conteúdo, e Roberto Ginnetti da Fonseca, economista e board member do LIDE.

Fonte: Fernanda Domiciano

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