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Não basta ser verde, é preciso ser “full” ESG. Operador logístico digital age para conceito ser completo

PIB dos transportes cresce 5,1% e, com isso, a demanda por energia, entre outros impactos na sociedade e ecossistema. Para CEO de logtech, sustentabilidade vai além da perspectiva ambiental – inclui cuidados sociais

Os impactos ambientais, sociais e econômicos da cadeia de atividades de logística são visíveis. Da emissão de gases na atmosfera, passando pelo consumo de combustíveis fósseis, e incluindo volumes movimentados, custos e geração de emprego e renda, são variados os indicadores que podem ilustrar essa relação.

Não à toa entre as empresas do setor, tanto players como seus fornecedores e clientes, aumenta a preocupação por mitigar tais efeitos – a agenda ESG (sigla para “environment, social and governance”) já faz parte do discurso de boa parte delas. Contudo, é preciso entender o conceito para além da perspectiva estritamente ambiental.

“Não basta ser verde, é preciso ser ‘full’ ESG”, afirma o fundador e CEO da CargOn, Denny Mews. Com sede em Curitiba e atendimento em todas as regiões do Brasil, a CargOn é um operador logístico digital (logtech), e é da integração com diversos elos da cadeia que o executivo da empresa constata a necessidade de que o conceito ESG seja incorporado em sua plenitude.

Em sua avaliação, as organizações estão se focando essencialmente no “E” da sigla, isto é, no “environnment” (meio ambiente), e deixando de lado o “S” (do social) e olhando quando necessário para o G (Governança). “O ESG quer dizer que, para uma empresa ser sustentável, ser perene, deve observar um tripé: meio ambiente, social e governança. Ou seja, para ser de fato sustentável, esses três pilares precisam ser atendidos”.

INDICADORES

Ainda mais porque a cadeia logística se encontra em expansão, ampliando, portanto, os impactos das atividades. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor que abrange Transporte, Armazenagem e Correios cresceu 5,1% no primeiro trimestre de 2023, em comparação a igual período de 2022, mais que os 4% de incremento do PIB geral, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O volume de serviços só do segmento de transporte de cargas aumentou 23,7% entre janeiro e março deste ano.

Levantamento do Ministério de Minas e Energia aponta que o setor de transportes deve registrar, em dez anos (2021 a 2031), crescimento anual de demanda energética da ordem de 2,5%. Ainda segundo o mesmo estudo, a atividade geral do transporte de cargas no Brasil se elevará 3,5% ao ano até 2031. Em 2030, o volume será o triplo do registrado 20 anos antes (2010).

SEGURO PARA CAMINHONEIROS

Diante desse cenário, a CargOn incorporou o lema “It’s enough to be green. Be full ESG” à sua marca, expressando-o em sua identidade visual. O objetivo é manter incutida a visão mais ampla sobre o que é, de fato, ESG. Para além do slogan, medidas de ordem prática vêm sendo adotadas nos últimos anos.

Por exemplo, a oferta, em parceria com a BB Seguros, de uma modalidade de seguro de vida diário para caminhoneiros. Trata-se de uma iniciativa focada na preocupação com o social. O seguro contempla motoristas que realizam o transporte de cargas com operação intermediada pela CargOn. “A cobertura do seguro é de R$ 50 mil, pelo período da viagem, oferecendo cobertura por todo esse período, para o caso de morte e/ou invalidez por acidente”, explica Denny Mews.

POLÍTICA DE EQUIDADE

No que tange à governança, a logtech estabeleceu uma política de equidade na definição de critérios para contratação de fornecedores e elos com parceiros. Dessa forma, busca-se contemplar não só empresas já estruturadas, de maior porte, como também aquelas com menor poder de investimento e estruturação. “Há casos em que, para cumprir critérios de ESG, empresas exigem tanto de seus fornecedores, que tiram a possibilidade de que todos tenham oportunidade”, analisa o CEO da CargOn.

O que, assinala, torna-se um erro: prioriza-se meio ambiente e governança, em detrimento da preocupação com os impactos sociais. “A falta de equidade elimina os menores, gera concorrência desleal no mercado. Então, criamos processos que se enquadram nas condições de atendimento de empreendimentos menores. A equidade é um princípio cooperativista”, afirma Denny Mews.

Fonte: Nicole Thule

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