Por interferir no crescimento da planta e na produtividade da cana-de-açúcar, o pisoteio das linhas de cultivo é um dos principais desafios que os produtores enfrentam todos os anos. Um recurso que pode ajudar a diminuir os impactos sobre o solo é o controle de tráfego. Com auxílio da tecnologia em seu desenvolvimento, esse conceito, que faz parte da operação das máquinas agrícolas da Grunner, as Smart Machines, será apresentado pela empresa ao mercado do Triângulo Mineiro nos dias 9 e 10 de agosto, durante a Megacana Tech Show Brasil 2023, no espaço Canacampo, em Campo Floriado (MG).
Para o evento que contará com palestras, painéis técnicos e estandes dos maiores players do setor sucroenergético do País, o gerente comercial da Grunner, André do Amaral, explica que a companhia vai mostrar o conceito de controle de tráfego como uma opção complementar as técnicas já utilizadas pelos produtores da região, que referência nacional no cultivo de cana.
“Vamos apresentar esse conceito como complemento às técnicas que os produtores do Triângulo Mineiro utilizam no cultivo da cana-de-açúcar. Acreditamos que, dentro de todo o portfólio e visão agronômica desses produtores, o controle de tráfego é uma solução importante que a Grunner oferece, aliando nossos produtos ao benefício da planta”, frisa Amaral.
De acordo com o especialista em desenvolvimento agronômico da Grunner, Tedson Azevedo, a precisão do tráfego das Smart Machines apresenta uma média linear de desvio de 2 cm. Fazendo uma comparação, os transbordos acoplados aos tratores no corte da cana têm uma média de 90 cm de avanço sobre as linhas de cana durante movimentos de curvas.
“Numa pesquisa de produtividade nos canaviais da Agro Cana Caiana, em Lençóis Paulista, registramos a produtividade de 109,3 toneladas em áreas onde as máquinas inteligentes operam, garantindo o controle de tráfego. Já nas demais áreas, o resultado foi de 84,8 toneladas. É importante frisar que o primeiro valor foi obtido em quatro anos (1 corte anual) de colheita, enquanto o segundo foi em cinco anos (1 corte anual) de colheita”, aponta Azevedo.
Prejuízos na colheita
Segundo estudo realizado pelo Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (Gape/ESALQ), em 2021, o pisoteio reduz em 33% a produtividade da cana soca, que é colhida todos os anos, e representa 75% da colheita que vai para as usinas. Isso afeta a rentabilidade dos canaviais, que são projetados para cinco anos. Com o pisoteio, essa qualidade pode cair para quatro ou três anos, o que gera efeitos negativos para os custos de produção.
“É importante a preservação da planta, pensando desde a raiz e os nutrientes (potássio, nitrogênio e fósforo) que estão no solo para auxiliar os produtores a obterem mais produtividade, com um cultivo ‘mais saudável’ para o crescimento dessas estruturas”, conta o especialista em desenvolvimento agronômico da Grunner.
Ele detalha que o controle de tráfego é uma opção para mitigar os impactos no pisoteio das linhas de cana-de-açúcar, contribuindo para a descompactação do solo. Parte integrante da operação das Smart Machines, a aplicação desse conceito é assegurada com máquinas mais leves, que levam a parte de transbordo em cima do chassi de um veículo Mercedes-Benz, diferentemente dos tradicionais tratores acoplados ao transbordo, o que gera menos peso sobre o solo e as linhas de cultivo de cana.
“Além do controle de tráfego, as Smart Machines operam com piloto automático, mapeando a área, consumindo menos diesel e podendo transportar até 30 toneladas, o que garante um corte mais preciso sem comprometer as linhas da planta e o meio ambiente”, conclui Azevedo.
Fonte: Juliano Rangel