Durante a Cúpula da Amazônia ocorrida na semana passada em Belém, os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – pactuaram sobre a necessidade imediata de salvar a maior floresta tropical do mundo que abriga cerca de 10% da biodiversidade. De acordo com cientistas, o pulmão do planeta, como também é conhecida, está a poucos anos do ponto de não retorno, quando o bioma perde sua capacidade de se autorregenerar e passa a emitir mais CO2 do que absorve.
Entre as principais estratégias para reverter esta situação, enfatizada no texto do comunicado “Unidos por nossas florestas”, destacam-se o combate ao desmatamento, a proteção da biodiversidade e desenvolvimento sustentável na floresta.
Neste sentido, uma das soluções para alcançar o equilíbrio ambiental, defendidas por algumas instituições, como a AIMEX (Associação das Indústrias Exportadores da Madeira do Estado do Pará), é o Manejo Florestal Sustentável. A extração e uso de madeira legal é uma das melhores formas de proteger a floresta e mantê-la em pé, pois evita o desmatamento ilegal.
O Manejo Florestal Sustentável em Florestas Públicas Federais e em unidades de conservação instituídas pela união é autorizado pelo IBAMA, que determina quais unidades arbóreas poderão ser exploradas, e, normalmente, são selecionadas as mais antigas, com o objetivo de abrir espaço e facilitar o crescimento das mais novas. Ao considerar seu ciclo natural, a extração legal e certificada de madeira respeita a maturação da natureza e não destrói a floresta.
O corte é realizado apenas nas unidades autorizadas, obedecendo a fase de crescimento e promovendo a renovação florestal. As árvores não morrem, voltam a se desenvolver e absorver carbono da atmosfera em um processo de melhoramento que ajuda, inclusive, a combater os efeitos das mudanças climáticas. A extração é dividida em áreas com dezenas de ciclos anuais, respeitando a maturação da natureza e dando tempo para a mata se recompor, mostrando que é possível produzir e preservar ao mesmo tempo.
Este é o caso da produção da CRAS Brasil, empresa brasileira localizada no Pará, que opera com espécies nativas como Ipê, Maçaranduba, Jatobá, Cumaru, Tauari, Angelim-Pedra, originárias de uma área inferior a 10 mil hectares no estado. Estas propriedades de onde saem as madeiras protegem aproximadamente 200 mil hectares de vegetação, que cobre de verde um espaço superior a todo o município de São Paulo (1).
A empresa ainda possui indústria certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) e todas as operações são monitoradas pelo IBAMA, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). O produto final também conta com a certificação de cadeia de custódia, que garante que a matéria-prima vem de florestas certificadas ou de origem controlada e que a extração é realizada por um empreendimento florestal também certificado. Todo o percurso da madeira é rastreado até chegar ao consumidor, controlando toda a cadeia produtiva.
“Nós trabalhamos com a proteção e a regeneração da floresta, não apenas pela nossa conscientização ambiental, mas também porque sem floresta não conseguiríamos produzir. Por isso, mantê-la em pé, crescendo, com ciclos adequados é nossa prioridade”, comenta Rodrigo Chitarelli, CEO da CRAS Brasil.
Fonte: Paulo Mathias Neto (GWA)