A Nitro, produtora global de insumos para o agronegócio, anunciou uma parceria estratégica com a Regenera Moléculas do Mar, uma startup focada em bioprospecção de fungos e bactérias e que atua no ambiente marinho de todo litoral brasileiro. Trata-se do movimento mais recente da Nitro dentro de sua aposta contínua em inovação aplicada ao segmento de bioinsumos – uma resposta efetiva à oportunidade de desenvolver novos produtos dentro de um mercado que cresce a uma taxa de 40% ao ano, em média.
Localizada Rio Grande do Sul, e criada na Incubadora Empresarial do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do estado, a Regenera é uma empresa de base tecnológica que tem como missão disponibilizar a biodiversidade química brasileira de origem marinha e de outros biomas, para as necessidades de inovação da indústria. Para tanto, conta com uma plataforma de pesquisa e desenvolvimento inédita no Brasil, o Banco Regenera, que possui uma coleção de mais de 1500 microrganismos disponíveis para prospecção para uso em diferentes setores. A Companhia já prestou serviços para grandes empresas dos mais variados mercados, incluindo farmacêutico, alimentos e agronegócio.
A parceria tem como objetivo investir em processos de bioprospecção e investigação de metabólitos para alavancar o desenvolvimento de produtos biológicos no agronegócio.
Com o acordo, a Nitro terá exclusividade no desenvolvimento de produtos derivados de fungos e bactérias novos mapeados pela startup e que tenham aplicação neste setor. De acordo com Breno Marques, head de inovação e novos negócios da Nitro, todo investimento em inovação no segmento de biológicos está em linha com o propósito da Companhia de ajudar o produtor a melhorar a produtividade no campo. “O investimento em bioprospecção de microrganismo pode gerar excelentes oportunidades para desenvolvermos novas soluções para nossos clientes”, completa o executivo.
O forte avanço do setor de bioinsumos foi confirmado em recente levantamento feito pela Fortune Business Insights. Estima-se que o mercado global de insumos biológicos deve movimentar USD 6,51 bilhões. A expectativa é que esse número chegue a USD 18,15 bilhões em 2029.
Antes do investimento na Regenera, a Nitro já havia realizado outros aportes importantes na área de insumos biológicos. Em 2020, investiu financeiramente na Gênica, empresa de biotecnologia especializada em bioinsumos. No ano seguinte, adquiriu a Biocontrol, reconhecida no mercado pela produção de fungos de alta qualidade e concentração. E, recentemente, a Companhia realizou uma joint venture com a Vivus, uma agtech brasileira criada para melhorar a produtividade da soja, por meio da produção em grande escala de uma solução biológica para combater uma das principais pragas que afetam a agricultura brasileira – conhecida como percevejo marrom da soja (Euschistus heros).
Produção de fungos
A Nitro também está colocando em operação uma fábrica de produção de fungos biodefensivos, em Patos de Minas (MG), por meio de uma joint venture com empreendedores com 20 anos de experiência na área.
A NBT será a segunda empresa da Nitro especializada na produção de fungos para combate de pragas e doenças na agricultura – a outra é a Biocontrol, pioneira no desenvolvimento de produtos para controle biológico. A estratégia trará escala suficiente para o desenvolvimento de mercado da Nitro, com a criação de fungos – como Metarhizium anisopliae, Isaria fumosorosea, Beauveria bassiana e Paecilomyces lilacinus – para produção de biodefensivos para manejo de pragas e doenças de solo em culturas, como soja, milho, cana-de-açúcar e algodão. A joint venture será controlada pela Nitro, que terá exclusividade de vendas para seus clientes no agronegócio e contará com uma planta moderna para produção em grande escala.
Fomento à inovação
Iniciativas de inovação aberta também integram a estratégia da Nitro dedicada a avanços no agronegócio.
Uma delas, inclusive, diz respeito a uma parceria entre a Nitro e a Regenera. Ambas foram aprovadas para receber investimentos do Basic Funding Alliance (BFA), um instrumento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) para fomentar tecnologias disruptivas, a partir de um edital lançado em 2022. Esse é um dos maiores projetos de biotecnologia já aprovados pela estatal.
Também fazem parte da iniciativa, focada em projetos inovadores em bioeconomia, o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Biofibras, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa – ambos credenciados pela Embrapii – e a Companhia das Algas, especializada em extratos e produtos derivados de algas arribadas coletadas na costa brasileira.
O projeto contratado pela Embrapii, cujo valor total estimado é de R＄ 15 milhões e com duração de três anos, tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de soluções disruptivas para o mercado de biológicos para a agricultura.
Outra dessas ações é a criação do Nitro Boost Academy, que busca identificar projetos e tecnologias que estão sendo desenvolvidos nas universidades brasileiras – e que apresentem soluções inovadoras de serviços, processos ou produtos na área de bioeconomia, com potencial de aplicação nos segmentos agrário e pecuário.
O objetivo é atrair startups, universidades, centros de pesquisa e laboratórios interessados em desenvolver novas tecnologias com esse perfil. Atualmente em fase de desenvolvimento de projetos, o Nitro Boost Academy já avaliou iniciativas nas áreas de biotecnologia e ciências da vida envolvendo processos, tecnologias e equipamentos de suporte para o agronegócio.
Fonte: Vanessa Oliveira
